Acatel reforça estamparia digital

Depois do investimento de um milhão de euros em 2017 em tinturaria com jets, 2018 será o ano em que a Acatel, empresa do Grupo Impetus, vai reforçar a aposta em estamparia digital.

Nos últimos 12 meses, o investimento da Acatel, que emprega cerca de 200 pessoas, foi destinado à tinturaria para «processamento de malhas, nomeadamente com lyocel, que não tínhamos», explica Rui Cepa, diretor comercial da Acatel. «Agora vamos investir em estamparia digital e acabamentos», revela.

A estamparia digital tem já alguns anos de história na empresa, que atualmente dispõe de duas máquinas com uma capacidade de cerca de 10 mil metros por dia. «O objetivo é duplicar a nossa capacidade. Em princípio vamos aumentar com uma máquina que nos dará, eventualmente, a mesma capacidade que estas duas», afirma o diretor comercial, que aponta para um investimento na ordem do milhão de euros até ao final do ano.

Esta área de negócio pesa já 40% na faturação da Acatel, que em 2017 registou um crescimento de 5%, para cerca de 11 milhões de euros. «A estamparia convencional ainda representa mais também porque temos uma capacidade instalada maior, embora o seu valor acrescentado seja menor. A tendência é as coisas equilibrarem e a estamparia digital ir crescendo cada vez mais – é a tendência natural», afirma Rui Cepa. «A estamparia digital na Acatel, e se calhar no mercado em geral, tem evoluído e crescido diariamente. Temos cada vez mais pedidos para estamparia digital pelas suas potencialidades», reconhece o diretor comercial.

Embora tenha sido uma das «pioneiras a ter uma máquina de estamparia digital», inicialmente para estampados com corantes dispersos, foi há pouco mais de três anos que a estamparia digital assumiu protagonismo na estratégia da Acatel, que atualmente exporta diretamente 20% da sua produção, sobretudo para França, Espanha, Inglaterra e países nórdicos. «Estamos com um crescimento muito bom e com uma pujança que nos enche de orgulho e que nos motiva para que as coisas continuem a funcionar», assegura o diretor comercial, que adianta que «o nosso objetivo é crescer bastante no mercado germânico – aí ainda estamos abaixo do que queremos».

As propostas de tecidos e malhas orgânicos da Acatel têm sido bastante solicitadas no início de 2018, nomeadamente em feiras como a Première Vision Fabrics, onde os artigos com foco na sustentabilidade, com liocel por exemplo, estiveram em destaque. «Essa tipologia de artigo está a ter uma procura e uma aceitação muito grande por parte dos clientes», garante Rui Cepa. O mercado ditou ainda a conversão dos estampados dispersos para reativos, «porque é a grande procura que temos».

O início do ano, de resto, «tem sido uma agradável surpresa, porque comparativamente com o início do ano passado, que ficou abaixo das expectativas, este início de ano está a ser acima das expectativas. O primeiro mês e meio de trabalho foi muito bom para nós, que temos uma capacidade produtiva muito intensa, e isso faz-nos perspetivar um ano substancialmente melhor do que 2017», resume o diretor comercial.